Roteiro e dicas para visitar o Alqueva

Alqueva, o maior lago artificial da Europa

O Alqueva está localizado em pleno Alentejo, a cerca de 50 km de Évora, e é hoje considerado um dos destinos mais bonitos de Portugal. Bom tempo, vinhos e gastronomia, aldeias históricas e paisagens de perder de vista são os principais ingredientes para uma escapadinha de fim-de-semana ou alguns dias de férias na região!

Apesar de ter sido um projecto pensado e idealizado ainda na época de Salazar, só no final dos anos 80 é que a Barragem do Alqueva começou a ser construída, tendo-se encerrado as comportas e iniciado o seu enchimento em Fevereiro de 2002. Esta obra de engenharia, uma das maiores e mais desafiantes realizadas no país e que alterou completamente a paisagem, o ecossistema e a forma de vida das populações ribeirinhas, deu origem ao que é hoje o Grande Lago do Alqueva.

Quando visitar o Alqueva

A região do Alqueva pode ser visitada em qualquer altura do ano. No entanto, a Primavera (final de Março até meados de Junho) e o Outono (início de Setembro até meados de Novembro) são, na minha opinião, as melhores épocas para conseguir aproveitar tudo o que esta zona tem para oferecer. O Verão é óptimo para aproveitar as praias fluviais e as piscinas de alguns alojamentos, mas há sempre mais gente e pode estar demasiado calor. O Inverno é mais adequado para passar um fim-de-semana no quentinho de uma lareira, enquanto se vê a chuva a cair lá fora.

Como chegar ao Alqueva

A forma mais simples e rápida de chegar ao Alqueva é de carro. Além disso, ter um carro para se deslocar na região vai simplificar muito e permitir aproveitar ao máximo os diferentes locais que há para visitar. De outra forma, irá estar sempre bastante limitado e irá perder muito tempo nas deslocações. Caso não tenha carro próprio, recomendo que alugue um na DiscoverCars.

Ponte na estrada do Alqueva

Desde Lisboa, a viagem demora cerca de 2-2,5 horas, dependendo da cidade ou aldeia para onde nos dirigimos. Pode-se apanhar a A2 ou A12 e, depois, a A6 em direcção a Évora. Desde o Porto, apanhando a A1, a A13 e, finalmente, a A6, demora cerca de 4,5 horas.

Se o carro não for mesmo uma opção, é possível chegar ao Alqueva de transportes públicos, nomeadamente, de comboio (trem) e/ou autocarro (ónibus). Nesse caso, o meu conselho é definir como destino Reguengos de Monsaraz.

Desde Lisboa ou Porto, pode apanhar um autocarro até Reguengos. Os bilhetes podem ser comprados através da Omio, da Busbud ou directamente no site/app da Rede Expressos. Se preferir especificamente o comboio, consegue ir até Évora e daí apanhar um autocarro até Reguengos. Os bilhetes podem ser comprados online no site da CP – Comboios de Portugal ou presencialmente nas estações. Uma vez em Reguengos, há autocarros e transportes locais que vão para Monsaraz, Mourão e outros destinos.

Não confundir “Monsaraz” e “Reguengos de Monsaraz”
Reguengos é a principal cidade da região do Alqueva, sede de concelho e “porta de entrada” para quem vem de Évora. Monsaraz é a vila medieval fortificada situada no topo de uma encosta e a principal atracção da região. A distância entre as duas é cerca de 15 Km.

Esta zona também é bastante agradável e propícia para visitar de autocaravana. As estradas principais são boas e largas e existem diversos locais onde é possível pernoitar, incluindo algumas praias fluviais e um óptimo parque de estacionamento mesmo à entrada da vila de Monsaraz.

Onde dormir no Alqueva

A região do Grande Lago do Alqueva compreende uma área extensa, com muitos quilómetros quadrados, a abrange diversas cidades, vilas e aldeias. Se tiver tempo suficiente, valerá certamente a pena passar vários dias a visitá-las. Mas, se tiver apenas alguns dias, a minha recomendação é ficar em Monsaraz ou nas imediações.

Aqui, vai conseguir encontrar vários montes alentejanos transformados em turismo rural ou hotéis de charme de grande qualidade. Há alguns maravilhosos! Se preferir, também pode dormir mesmo no centro da vila, dentro das muralhas, em pequenos alojamentos locais.

Horta da Coutada
Horta da Coutada
Montimerso
Montimerso

O que fazer e visitar no Alqueva

Não há duração certa para uma estadia no Alqueva e o seu itinerário irá depender, principalmente, do tempo que tem disponível para explorar a região. Há muito para conhecer e este é um destino que tanto pode ser adequado para uma escapadinha romântica, como para um passeio em família ou um fim-de-semana de convívio com um rupo de amigos.

Para escrever este artigo, eu passei uma semana no Alqueva. Não foi demasiado e não me importava de ter ficado mais tempo! E estou certo que irei voltar.

Moura

Bairro da Mouraria, Moura

Moura fica no extremo sul da albufeira do Alqueva. É a cidade mais próxima da barragem (12 km) e um excelente ponto de partida para começar a explorar a região.

Com séculos de história, foi tomada aos Mouros pela primeira vez em 1166, sendo depois perdida e reconquistada várias vezes até ficar definitivamente sob domínio Cristão em 1295. Diz a lenda que o seu nome tem, precisamente, origem no episódio trágico em a princesa moura Salúquia tirou a própria vida na véspera do seu casamento, atirando-se da torre do castelo durante a conquista da cidade e depois de saber da morte do seu noivo.

Castelo de Moura, Alqueva

Para além de visitar o Castelo, a principal e mais óbvia atracção, não deixe de caminhar um pouco pelo centro histórico até chegar à Mouraria, o antigo bairro árabe que representa a ocupação muçulmana durante o século XIII. Durante o passeio, vai passar por outros pontos de interesse como o Convento de Nossa Senhora do Carmo, a Igreja Matriz de São João Baptista e a Fonte das Três Bicas. Pode terminar na tranquilidade do Jardim Doutor Santiago, com vistas desafogadas para a planície alentejana.

Onde dormir: Localizado num lindíssimo edifício do século XVII, o Hotel de Moura é a melhor opção para de alojamento em Moura.

Onde comer: O Molho é uma referência entre os locais e ideal para um almoço simples e caseiro. O Vermelhudo, com um espaço e serviço um pouco mais requintados, tem o polvo à lagareiro que é uma verdadeira especialidade. O Retiro do Ernesto é um espaço despretensioso com óptima comida caseira, localizado numa das ruelas do centro histórico. A Taberna do Liberato é uma tasca típica com ambiente animado e óptimas tapas.

Passeio de barco na Barragem do Alqueva

Marina de Moura, Alqueva

A partir da marina de Moura, localizada a 12 km do centro cidade e junto à Barragem do Alqueva, pode-se fazer um interessante e educativo passeio de barco com a Alquevatours. Eu fiz o programa “Lago, rio e afluentes”, com a duração de 90 minutos. Para além da navegação pelo canal principal, passando entre algumas ilhas e afluentes e onde se pode avistar diferentes aves ou vacas a pastar na beira da água, recebi uma série de informação histórica e técnica sobre o que é considerado um dos maiores projectos de engenharia civil e hídrica do país. Recomendo vivamente! As reservas podem ser feitas aqui ou contactando a empresa directamente.

Aldeia da Luz

Aldeia da Luz, Alqueva

A nova Aldeia da Luz foi construída com o objectivo de realojar os habitantes da antiga aldeia, que ficou submersa com a subida das águas quando a Barragem do Alqueva entrou em funcionamento.

Foi um processo longo, com muitos avanços e recuos e envolto em alguma polémica. No papel, uma réplica exacta da aldeia antiga, com as mesmas ruas, as mesmas casas, a mesma orientação solar, tudo construído de raiz numa nova localização a cerca de 2 km da anterior. Até os sinos da igreja e o cemitério (jazigos, corpos e ossadas incluídos) foram transladados para a nova aldeia. E o que sobrou, foi dinamitado e terraplanado para garantir a segurança e navegabilidade do lago. Na prática, tudo isto acabou por ser um processo traumático da qual a aldeia e os seus habitantes nunca recuperaram.

Aldeia da Luz, Alqueva

Hoje em dia, a nova aldeia está lá, com ruas e casas bonitas e bem arranjadas (dizem que com vários problemas técnicos) mas, aparentemente, sem alma nenhuma. Para quem a visita, parece mais um cenário de um filme do que propriamente uma comunidade onde, de facto, vivem pessoas e famílias. Não foi a primeira vez que estive na Aldeia da Luz e, passados tantos anos, tive exactamente a mesma sensação.

Em todo o caso, ou principalmente por isso mesmo, acho que vale mesmo a pena incluir uma passagem pela Luz num roteiro pela região do Alqueva. O lugar é bonito e está, obviamente, carregado de história e emoção, que o museu existente no local ajuda a compreender.

Mourão

Castelo da Mourão, Alqueva

Localizada nas margens do Rio Guadiana, o que lhe confere alguma fertilidade de solos e uma paisagem menos árida, a vila de Mourão foi palco de alguns conflitos entre Portugueses e Castelhanos.

Em termos turísticos, a sua principal atracção é o imponente Castelo de Mourão e a adjacente Igreja Matriz de Nossa Sra das Candeias. Ocupando, naturalmente, uma posição elevada, oferece uma fantástica vista sobre a vila, a planície e o Grande Lago do Alqueva. É possível visitar o interior do castelo e, para quem é suficientemente ágil e não sofre de vertigens, subir às suas muralhas e por lá caminhar livremente.

Praia Fluvial de Mourão, Alqueva

A cerca de 2 km do castelo e do centro da vila, Mourão tem praia fluvial bastante espaçosa e com óptimas infra-estruturas, que é muito popular durante os meses de Verão. Mas, na Primavera e no Outono, consegue-se estar lá praticamente sem ninguém. Os mais curiosos, que se dispões a explorar e não se importam de caminhar um bocadinho, vão encontrar diversas enseadas e bonitos espelhos de água para fotografar!

Onde dormir: A Herdade dos Delgados, com vistas directas sobre a água, é uma referência e uma experiência que vale por si só.

Monsaraz

Monsaraz, Alqueva

Visitar Monsaraz é, sem sombra de dúvidas, um dos pontos altos de um roteiro pela região do Alqueva. Localizada no topo de uma encosta, e destacando-se na paisagem desde vários quilómetros de distância, este é um dos lugares mais bonitos do Alentejo e, provavelmente, a vila medieval fortificada mais bonita de Portugal.

Outrora um importante posto defensivo e palco de diversas batalhas de conquistas e reconquistas com Mouros e Castelhanos, Monsaraz mantém como poucas a sua beleza e magia, o que lhe valeu o primeiro lugar na categoria “Aldeias Monumento” do concurso 7 Maravilhas de Portugal – Aldeias, em 2017.

Aldeia de Monsaraz

Reserve uma manhã ou uma tarde para visitar Monsaraz, de preferência com tempo suficiente para almoçar ou jantar. Prometo que, deambulando com calma e vagar pelas suas ruas de xisto e casario branco, vai encontrar vários pontos de interesse e algumas espanadas que valem a pena disfrutar com tempo. Pessoalmente, recomendo tentar apanhar o final da tarde para assistir ao pôr-do-sol desde as muralhas do castelo.

Entre pela Porta da Vila e vá fazendo o seu caminho até ao Castelo, não deixando de explorar todos as ruelas e recantos que lhe pareçam ir dar a algum sítio. Alguns pontos de referência são a Cisterna, a Praça D. Nuno Ávares Pereira, a Capela de São José, o Museu do Fresco, a Igreja Matriz Nossa Senhora da Lagoa, o Pelourinho, a Casa de Monsaraz, e as Portas d’Alcoba e d’Évora. Desde o Castelo, poderá admirar a melhor vista sobre a albufeira do Alqueva!

Vista do Alqueva, Monsaraz

Onde dormir: Se quiser ficar dentro das muralhas, a Casa D’ Santiago e o Dom Nuno são excelentes opções. Ainda na vila mas do lado de fora das muralhas, opte pela Estalagem de Monsaraz. Se não fizer questão de ficar lá em cima e preferir experienciar um monte alentejano, então a Horta da Coutada ou o Montimerso são a minha recomendação pessoal (fiquei em ambos e adorei).

Onde comer: Mesmo na vila, do lado de fora da muralha, O Sabores de Monsaraz é uma das principais referências e um típico restaurante alentejano. Para além da comida em si ser óptima e muito caseira, tem uma grande varanda com vista sobre a planície. Na minha opinião, é um bocadinho overpriced. Dentro da muralha, foi-me recomendada a Taverna Os Templários mas não tive oportunidade de experimentar. A cerca de 2 km do centro da vila, cá em baixo na aldeia de Telheiro, o Restaurante Sem Fim é imperdível. Montado num antigo lagar de azeite, e mantendo a decoração industrial com peças e maquinaria original, a ementa é variada e sempre com boas e deliciosas novidades. Qualquer um deles convém reservar durante a época alta e aos fins-de-semana.

Cromeleque do Xarez e Convento da Orada

Cromeleque do Xarez

O Cromeleque do Xarez (ou Xerez) é um dos conjuntos megalíticos mais impressionantes presentes em território português. É composto por 55 menires arredondados, com alturas entre os 0,5 e os 2 metros, dispostos num formato quadrangular à volta de um menir principal, que mede cerca de 3,6 metros.

O monumento foi descoberto em 1969 e, segundo os investigadores, era constituído por 60 menires e estava localizado 5km a sul de Monsaraz, em frente ao monte do Xerez e ao lado da anta do Xerez de Baixo, muito próximo das margens do Rio Guadiana. Com a subida das águas, provocada pela construção da Barragem do Alqueva, procedeu-se à transferência do cromeleque para localização actual, tentando respeitar-se ao máximo a estrutura inicial.

Não há certezas absolutas em relação à construção e utilização destes complexos de menires, normalmente agrupados em círculos ou rectângulos (às vezes também sem uma ordem aparente), mas acredita-se que este monumentos pré-históricos estavam associados ao culto dos astros e da natureza e eram locais de prática de rituais religiosos e de encontros tribais. O cromeleque mais conhecido mundialmente é o de Stonehenge, localizado em Inglaterra.

Convento da Orada

Logo atrás do Cromeleque do Xarez, o Convento da Orada destaca-se pela sua imensidão e brancura no meio da paisagem árida. A sua construção deu-se entre os anos de 1700 e 1741 por iniciativa da Ordem dos Agostinhos Descalços, que aí esteve instalada até ao início do século XIX. Acredita-se que também tenha existido uma ligação do convento a Dom Nuno Álvares Pereira que, segundo a lenda local, rezava aqui antes das batalhas com o reino de Castela.

Depois de ter sido comprado, em 1988, por um político influente e destacado membro da maçonaria, que veio depois a reconstrui-lo com a ajuda de supostos dinheiros públicos provenientes de fundos Europeus, o Convento da Orada chegou a funcionar como Hotel Rural e contava, ainda, com um Museu Arqueológico e diversas salas para exposições e eventos.

Envolta em polémica, a fundação da família, que ficou proprietária do imóvel, está adormecida há mais de uma década e o edifício encontra-se, actualmente, abandonado e já num estado avançado de degradação.

Passeio de barco no Lago do Alqueva

Barco Alqueva Cruzeiros

Uma actividade “obrigatória” quando se visita a região do Alqueva é, obviamente, fazer um passeio de barco pelo lago. Ao contrário do que foi feito do lado espanhol, o projecto português do Lago do Alqueva incluiu uma limpeza e terraplanagem eficiente dos terrenos e construções que ficaram submersas, bem como a construção de várias marinas e pontos de acesso. Estas medidas resultaram numa albufeira fácil e segura para navegar, com muitas possibilidade de exploração para actividades marítimo-turísticas.

A partir do Centro Náutico de Monsaraz, situado a cerca de 4 kms da vila, é possível fazer diferentes passeios e outras actividades desportivas e recreativas como ski, wakeboard, SUP, bóias, banana boat, etc. O espaço é agradável, está bem organizado e conta com um generoso parque de estacionamento, um bar restaurante com esplanada, um parque de merendas, um óptimo cais ancoradouro e uma agradável e confortável praia fluvial.

A Alqueva Cruzeiros tem diferentes tipos de barcos, modernos e confortáveis, e consegue adaptar-se a qualquer dimensão de grupo e ocasião. Tem horários fixos para as saídas de grupos (podem variar conforme a época), mas também é possível contratar um passeio privado e exclusivo no horário que se desejar. Para saber disponibilidades e preços, o mais prático e eficiente é contactar directamente o Filipe Ferro através dos contactos mencionados no site ou página do Facebook.

Ilha Dourada, Alqueva

Outra alternativa, mais clássica e ao estilo vintage, é o Veleiro Sem Fim (dos mesmo donos do restaurante com o mesmo nome), um histórico veleiro construído na Holanda, em 1913. Tem saídas de grupos programadas, com snack e bebida incluídos, mas também é possível alugar o barco completo para eventos privados, como um jantar romântico, um aniversário, grupo de amigos, etc. De notar apenas que, apesar de se tratar de um veleiro, raramente há condições de vento para fazer o passeio exclusivamente à vela, até porque demoraria muito, pelo que a maior parte das vezes é utilizado o motor.

Os passeios são relativamente semelhantes em termos de percurso e ambos fazem uma paragem na Ilha Dourada, com tempo suficiente para dar uma volta e tomar banho (não se esqueça de levar fato de banho e toalha). O fenómeno raro de erosão que ocorre neste local faz com que a pedra granítica se transforme em pequeníssimos flocos dourados, dando a ilusão visual que a areia está coberta de ouro!

Dormir num barco casa no Alqueva

Barcos casa no Alqueva

Para quem gosta de barcos e água, esta é uma experiência que vai valer a pena! O lago do Alqueva é muito fácil de navegar e estes Barcos Casa da Amieira Marina, com capacidades entre 2 e 12 pessoas e totalmente equipados em termos de tecnologia, habitabilidade e conforto, nem sequer requerem carta de marinheiro ou experiência prévia de navegação.

É importante perceber que os barcos não atingem muita velocidade e, apesar de poderem andar livremente por toda a área navegável do Grande Lago do Alqueva, só podem pernoitar nos locais devidamente autorizados, nomeadamente as marinas. No início do aluguer, é dada uma breve formação sobre a navegação e funcionamento dos barcos, bem como um mapa detalhado com os pontos de atracagem.

Infelizmente, ainda não tive oportunidade de passar alguns dias num barco casa, mas espero fazê-lo na minha próxima visita ao Alqueva!

Observação das estrelas no céu do Alqueva

Observatório do Lago Alqueva
© OLA – Observatório do Lago Alqueva

Talvez os leigos no assunto (como eu) não saibam, mas o Alqueva é um dos melhores locais do planeta para a observação de estrelas. Na verdade, foi mesmo o primeiro sítio do mundo a obter a certificação de “Starlight Tourism Destination” pela Starlight Foundation, que conta com o apoio da UNESCO e da Organização Mundial do Turismo.

Estes destinos são, obrigatoriamente, lugares que apresentam uma poluição luminosa muito baixa onde os visitantes têm uma oportunidade inigualável para observar o céu nocturno. Tipicamente, são locais afastados das grandes cidades e aglomerações urbanas, onde as condições atmosféricas (céu limpo) são relativamente constantes durante a maior parte do ano. O Alqueva é uma região ainda mais especial, devido à sua riqueza histórica e aos vestígios megalíticos que sugerem uma ligação com civilizações passadas que se organizavam e respondiam aos movimentos celestes.

Para além da hipótese de caminhar por um descampado dentro até encontrar um cantinho onde possa estender uma manta e ficar ali a olhar para o céu, existem dois observatórios de qualidade na zona de Monsaraz onde poderá participar numa sessão de Observação Astronómica.

Dark Sky Alqueva
© Miguel Claro, Dark Sky® Alqueva

Durante estas sessões, guiadas por um astrónomo, a viagem começa com uma exploração da esfera celeste a olho nu, onde é possível identificar estrelas, planetas e constelações, sempre acompanhada com imensa informação fascinante sobre o mundo galáctico. Depois, e recorrendo a telescópios super potentes, pode-se ver de mais perto e com mais detalhe cada um desses astros, nebulosas e galáxias distantes.

Durante as duas sessões em que participei (uma em cada um dos observatórios), tive oportunidade de ver diferentes constelações e nebulosas, duas galáxias, Vega (a futura estrela polar) Júpiter, Marte, Saturno e os seus anéis, e de aprender bastante sobre a Via Láctea e a sua movimentação. É um programa interessantíssimo e emocionante, que recomendo vivamente!

Para mais informações e reservas, veja os sites dos observatórios nos seguintes links:
» Dark Sky Alqueva
» Observatório Lago Alqueva

Reguengos de Monsaraz

Herdade do Esporão
© Herdade do Esporão

O Alentejo é uma terra de bons vinhos e Reguengos de Monsaraz é muita vezes apelidada de capital do vinho de Portugal. Eu confio e não questiono porque, apesar de gostar muito do processo e toda a envolvente da industria, não sou apreciador de vinho. Em todo o caso, sei que este é um local onde vale experienciar algumas actividades de Enoturismo, nomeadamente visitas às propriedades e adegas que, habitualmente, incluem um momento de prova ou até mesmo uma refeição.

A Herdade do Esporão é, provavelmente, a principal referência da região. Aqui, existem diferentes programas disponíveis, que podem incluir desde visitas às adegas de vinho e lagares de azeite, até um passeio de bicicleta ou um piquenique nas terras da herdade com produtos especialmente seleccionados. Existe, também, um óptimo restaurante com menus de degustação e diferentes espaços onde se pode passar algum tempo de qualidade.

Adega José de Sousa
© Adega José de Sousa

Outra experiência que me dizem ser imperdível é visitar a Adega José de Sousa (Adega dos Potes) onde, mantendo viva uma tradição iniciada pelos Romanos há mais de 2000 anos, se utiliza um método de fermentação muito raro e ancestral utilizando mais de 100 ânforas de barro.

Sharish Gin

Quanto a mim, acabei o meu périplo pelo Alqueva com uma visita à destilaria do Sharish Gin. Este é um projecto muito interessante e de paixão, de onde nasceu um gin português produzido no Alentejo que vai buscar o seu nome à própria vila de Monsaraz. De facto, “Sharish” era como Monsaraz se chamava durante a ocupação muçulmana.

A visita às instalações, com explicação da mecânica e processo de produção, é gratuita. No final, quem quiser pode fazer um conjunto de provas técnicas acompanhadas de diferentes qualidades e variantes do gin ou até mesmo inscrever-se para um workshop para aprofundar conhecimentos.

Mapa e rota para visitar o Alqueva

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