Quando se fala em transportes na Índia, o que vem logo à cabeça são os comboios! De facto, andar de comboio na Índia é um experiência em si só, e altamente recomendável para ter um contacto próximo com o modo de vida e população local. Mas, existem outras forma de locomoção não menos interessantes.
Andar de avião na Índia
A Índia está bem coberta em termos de aeroportos e tem uma boa oferta de companhias aéreas, incluindo algumas low costs como, por exemplo, a Air India, a Jet Airways ou a IndiGo. Os bilhetes são relativamente baratos e podem ser o ideal para fazer algumas distâncias mais longas.
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Viajar de comboio na Índia
Viajar de comboio na Índia é uma experiência inigualável e deve fazer parte de todo o processo de absorção cultural do país. Podem um boa alternativa ao avião para percorrer longas distâncias, particularmente nas viagens nocturnas em carruagens cama, onde se pode “matar dois coelhos” de uma vez: a viagem e a dormida. A extensa rede ferroviária de 60.000 km que liga praticamente todos os pontos do país é gerida pelo monstro governamental Indian Railways. Mais de 1,5 milhões de trabalhadores garantem a operação de cerca de 10.000 comboios diários, através de um sistema de reservas burocrático e labiríntico que vai funcionando no limite. Os atrasos são muito frequentes e, por vezes, podem demorar horas ou dias!
Para quem não está habituado e devidamente preparado, viajar de comboio na Índia pode ser uma experiência confusa traumatizante pelo que aconselho a leitura atenta das dicas para sobreviver aos comboios indianos.
Como comprar bilhetes de comboio na Índia
Os bilhetes de comboio para viagens de longa distância na Índia esgotam rapidamente, por vezes com semanas ou meses de antecedência, e é sempre preciso fazer reserva, quer seja para lugares cama ou sentados. As reservas abrem, normalmente, 120 dias antes da data da viagem.
Nas principais estações (New Delhi, Bombay, Calcutta, Agra, Jaipur, Varanasi, etc) existe um “Tourist Bureau Office”, onde os estrangeiros se podem dirigir em vez esperarem nas filas normais. No Aeroporto Internacional de New Delhi também existe um balcão aberto 24 horas. Em algumas rotas mais importantes, existe uma pequena quota de bilhetes reservada para turistas, que podem ser comprados um ou dois dias antes da viagem. Além desta, existem também alguns bilhetes Tatkal (“imediatos” em Hindi), para permitir viagens de última hora e que ficam disponíveis às 10:00 do dia anterior à viagem. Quer uns, quer outros são muito limitados, é preciso ir cedo e montar guarda!
É também possível comprar bilhetes online. O site da Indian Railways é muito pouco amigável mas, com muita paciência e insistência vai funcionando. Assim, a opção mais simples é utilizar a agência 12GoAsia, que também funciona muito bem no Vietnam, Tailândia e vários outros países asiáticos. Outras alternativas, que eram utilizadas, no passado são a Yatra ou a Cleartrip.
Reservar bilhetes de comboio na Índia
Autocarros na Índia
O autocarro pode ser uma opção para distâncias curtas na Índia. Existem companhias governamentais e privadas a operar nos vários estados e rede viária é extensa. A vantagem em relação aos comboios é que os horários são mais frequentes e é muito mais fácil arranjar bilhete em cima da hora. A desvantagem é que as viagens tendem a ser demoradas e mais desconfortáveis, particularmente quando as distancias são longas. Viajei de Jaipur para Delhi num autocarro governamental, em classe “Volvo AC” (a melhor), com bilhete comprado na véspera. É muito aceitável e penso até que deve ser melhor opção que o comboio, devido à grande flexibilidade de horários. Delhi-Agra-Delhi também deve ser igual.
Alugar carro ou mota na Índia
Alugar um carro também pode ser uma solução para deslocações na Índia mas, neste caso, o conselho é alugar carro e condutor. Guiar na Índia requer nervos de aço e uma agilidade acima da média, apenas ao alcance de poucos. Há várias agências onde é possível fazer isso mas, pelos relatos que tenho lido, é um bocado lotaria. E, se nos calha, um carro a cair de podre e um condutor chato, temos que gramar com aquilo até ao fim! Nas cidades mais pequenas e calmas e em zonas de praias como, por exemplo, Goa, alugar uma mota também é uma alternativa divertida e popular.
Do aeroporto para o centro de New Delhi
Muita gente chega à Índia pelo aeroporto de Delhi e para ir até ao centro da cidade a solução ideal será ter pick-up do hotel onde se vai ficar alojado. Outra alternativa, a mais popular e vulgarmente utilizada, é apanhar um táxi pré-pago. As cabines para comprar o talão estão à saída do terminal e este só deve ser entregue ao motorista quando se chegar ao destino pretendido. Eles precisam do talão para receberem o pagamento da empresa de táxis, pelo que é uma boa arma de negociação nos casos em que eles tentam alguma proeza como, por exemplo, dizer que não conhecem o hotel indicado pelo cliente ou que o mesmo está fechado, para depois sugerirem outro que lhe há-de pagar uma comissão. Pode parecer uma situação constrangedora ou intimidante para quem chega pela primeira vez à Índia, mas sendo-se firme e mantendo o objectivo inicial (ir para AQUELE hotel) é totalmente inofensiva… e vai tornar-se uma coisa corriqueira no resto da estadia!
Andar de auto-rickshaws na cidade
Para andar dentro das cidades na Índia o mais habitual e mais prático são os auto-rickshaws (tuk-tuks) ou, em alternativa, os táxis. Em qualquer um deles, deve-se combinar o preço antes da viagem, frisando que não se está disposto a parar em lojas, centros comerciais ou qualquer outro sítio, pois muitos condutores vão propor um preço mais baixo em troca de uma dessas paragens “turísticas”. Não se inibam de sair de um auto-rickshaw a meio do caminho, sem pagar, se perceberem que, mesmo assim, estão a ser enrolados. Fiz isso mais do que uma vez. Uma boa técnica para não se ser enganado na tarifa logo à primeira é, mesmo ainda não precisando de apanhar um desses transportes, negociar dois ou três até à exaustão, para perceber até onde é que eles estão dispostos a baixar. Uma boa opção para conhecer Delhi é contratar um auto-rickshaw por um dia inteiro e fazer uma rota com os locais que se quer visitar. A cidade também tem uma moderna, segura e eficiente rede de metro, que ainda não chega a todo o lado mas cobre, essencialmente, as zonas mais centrais.