Dicas de viagem e roteiro para viajar no Sri Lanka

Sri Lanka, o antigo Reino de Ceilão

A homenagem mais sincera que posso prestar a este destino é repetir o que pensei para mim mesmo mal entrei no avião de regresso a casa, que me ia trazer de volta depois de 10 meses de viagem pela Ásia: há muito tempo que um país não me surpreendia tanto!

Esperava do Sri Lanka a mesma pressão humana da Índia. O barulho, a confusão, a pobreza extrema, o desrespeito pelo ambiente, as trapaças dos condutores de tuktuk. Mas encontrei um país tranquilo, por onde se pode viajar com calma, com pessoas humildes, solícitas e do mais amigáveis que pode haver. O Sri Lanka entrou directo para a minha lista de destinos favoritos!

Roteiro e o que visitar numa viagem ao Sri Lanka

Passado o primeiro impacto, o Sri Lanka é um país relativamente simples para viajar. Para um viajante independente sem transporte próprio, as deslocações serão maioritariamente feitas de comboio ou autocarro, mas é possível desenhar um rota eficiente, quase circular, para visitar todo o país.

Colombo

Colombo, Sri Lanka

Ao contrário do que leio em alguns sítios, não considero Colombo, a capital do Sri Lanka, uma cidade desinteressante. É uma grande metrópole, claro, pelo que não podemos esperar a tranquilidade de outras pequenas cidade e zonas rurais mas, havendo um dia a sobrar entre entradas e saídas do país, até tem muitas coisas interessantes para conhecer. Alguns exemplos são o Parque Viharamahadevi, o Independence Memorial Hall, o Beira Lake (“Beira” ainda do tempo dos portugueses), o Museu Nacional, a Mesquita Vermelha, alguns templos e, simplesmente, os diversos edifícios coloniais presentes em toda a cidade. A zona de Colombo Fort é a mais moderna a cidade e, também, onde se encontram mais turistas e melhores hotéis e restaurantes. Para um contacto mais próximo com os locais, nada como ir até à Galle Face, num final de tarde de sábado ou domingo! A melhor forma de andar em Colombo é de tuk-tuk táxi. São rápidos, eficientes e a maioria usa taxímetro.

Onde dormir
A melhor zona para ficar em Colombo é em Kollupitiya. A Whitehouse Residencies ou o ACA B&B são boas escolhas práticas onde fiquei. Em termos de hostels, o Drift B&B é uma excelente opção ou, em alternativa, o Clock Inn. Se o luxo for mais o seu estilo, aponte para o Galle Face Hotel ou o Cinnamon Grand Colombo. Outra boa opção é ficar em casa de uma família, que foi o que eu fiz. Fiquei neste excelente quarto, com um ambiente muito caseiro e cuidado: 19, Flower Terrace – Orchid Room.

Negombo

Negombo, Sri Lanka

Negombo é, na realidade, a cidade mais próxima do Aeroporto Internacional de Bandaranaike (vulgarmente chamado de aeroporto de Colombo), onde chegam a grande maioria dos voos internacionais. E, só por essa razão, acaba por ser um ponto de paragem quase obrigatório, especialmente para quem chega num voo tardio ou precisa de se organizar em termos logísticos. A cidade em si não tem um interesse especial, mas, havendo tempo disponível, a minha recomendação é alugar uma scooter e passear não só pelo centro, mas também pelos seus arredores, nomeadamente pela estrada que circunda a grande lagoa. Vai encontrar vida local, aldeias, templos, várias igrejas e outros vestígios de portugueses e holandeses, etc. Pode finalizar novamente na praia de Negombo, a tomar uma cervejinha ao por-do-sol!

Onde dormir
A maioria dos hotéis estão alinhados ao longo a estrada costeira para norte do centro da cidade (Lewis Place). Fiquei na Friends Guesthouse, que é uma excelente opção económica, na melhor localização, mas suficientemente resguardada no movimento da estrada principal.

 

Transportes
À saída do aeroporto, há táxis e tuk-tuks durante todo o dia e noite para nos levar até Negombo. Os táxis estão mesmo à vista mas o parque de tuk-tuks é um pouco para a direita, debaixo de umas árvores. No centro da cidade, há uma estação de comboios e um terminal de autocarros, onde se pode facilmente apanhar um transporte para Colombo.

Kandy

Kandy, Sri Lanka

Kandy é a segunda maior cidade do Sri Lanka e, em tempos longínquos, já foi a sua capital. Em todo o caso, não tem nada a ver com Colombo em termos de dimensão e trânsito. É o que podemos chamar de uma grande cidade rural. A maior atracção turística de Kandy é o Templo do Dente Sagrado (Sri Dalada Maligawa), situado numa das margens do grande lado à volta do qual a cidade foi construída e por onde vale a pena passear. Recomendo também subir à grande estátua branda do Buddha (Bahiravokanda Temple) e ir ver dia acabar no cimo da cidade, ao sabor de uma bebida no Slightly Chilled Lounge. Pode comprar bilhetes de comboio para Kandy online através da 12GoAsia.

Onde dormir
Em termos de alojamento, recomendo ficar do lado sul do lago, relativamente perto do centro, mas suficientemente afasto para evitar o ruído do trânsito. Eu fiquei duas noites na Gruhaya Boutique Villa, uma excelente opção muito privada e tranquila. Em termos de hotéis propriamente ditos, recomendaria o OZO Kandy.

 

Onde comer
Em Kandy há vários restaurantes interessantes para jantar. O White House é um clássico, onde se come bem e a bom preço, numa sala de estilo colonial. Mas, para os amantes de gastronomia, há várias opções e basta estar atento ou procurar.

Dambulla

Dambulla, Sri Lanka

Dambulla funciona, em muitos casos, como o ponto base para visitar o chamado “triângulo cultural”, composto por Sigiriya, Polonnaruwa e Anuradhapura. Mas não só! Na própria cidade de Dambulla fica o espectacular Cave Temple, totalmente construído debaixo e dentro de uma enorme rocha, e onde se encontram magnificas salas cheias de estátuas, tectos pintados e grades murais. E, ao lado deste, o Golden Temple, com a maior estátua do Buddha na posição sentada.

Onde dormir
Para além dos templos e da sua localização estratégica, Dambulla não tem muito interesse, pelo que o ideal é arranjar um alojamento que inclua também alimentação. No Sevonrich Holiday Resort, além de quartos a preços económicos e boa comida, o dono é suuuuper solícito e dá todo o apoio para visitar as redondezas e o triângulo cultural.

Sigiriya (Lion Rock)

Sigiriya, Sri Lanka

Classificada como Património Mundial da UNESCO, Sigiriya é uma das principais atracções do Sri Lanka e um dos pontos altos de uma viagem ao país. E, aqui entre nós, com todo o mérito! Trata-se de uma cidadela construída há mais de 1.500 anos numa enorme rocha com cerca de 200 metros de altura, com o objectivo de proteger o rei. O meu conselho é visitar o complexo com tempo de sobra (3 horas não são demais) para aproveitar bem os jardins, os caminhos, a história, o visual das ruínas e, claro está, a vista soberba desde o topo!

Como chegar
Para chegar a Sigiriya, pode-se apanhar um autocarro público desde Dambulla. Outra alternativa, mais independente e cómoda, é alugar um tuk-tuk com condutor e, no caminho de ida e regresso, ir parando por algumas aldeias, lagos, templos, mosteiros, etc.

Polonnaruwa

Polonnaruwa, Sri Lanka
Mapa de Polonnaruwa

Polonnaruwa é uma das cidades antigas que fazem parte do chamado “triângulo cultural” do Sri Lanka e está classificada como Património Mundial pela UNESCO. Na minha opinião, é um local que vale muito a pena visitar. Eu fi-lo a partir de Dambulla com um tuktuk driver (ir e vir no mesmo dia) e, apesar de ter sido um dia comprido e cansativo, porque também aproveitamos para ir parando em vários locais pelo caminho e o tuktuk não é um meio de transporte especialmente confortável para longas distâncias, faz-se bem! Quem tiver tempo de sobra, diria que valerá a pena ir no dia anterior e ficar a dormir já em Polonnaruwa, para depois ter um dia completo para visitar tudo com muita calma. A melhor forma? Alugar uma bicicleta, pegar no mapa da cidade antiga e ir!

Ella

Ella, Sri Lanka

A pequena de descontraída cidade de Ella é um dos destinos incontornáveis numa viagem ao Sri Lanka e um sítio onde, facilmente, se consegue passar dois ou três dias de muita acção e contacto com a natureza. Desde a famosa subida ao Little Adam’s Peak (não custa nada!), o passeio até à Nine Arch Bridge e respectivo regresso ao centro pela linha de comboio, a subida à Ella Rock (esta já custa um bocadinho e não é má ideia ir com um guia), até às vistas soberbas das plantações de chá desde do topo do Lipton’s Seat (sim, do conhecido chá Lipton que bebemos em casa) ou a uns mergulhos numa cascata e alguns passeios mais distantes… Ella vai-vos esgotar fisicamente de uma forma serena e suave!

Como chegar
O trajecto de comboio desde Kandy e Nuwara Elyia é o mais bonito e conhecido do país, pelo que, para quem vem de norte, esta é a melhor opção. Para quem vem das praias do sul ou do parques nacionais Yala ou Udawalawe, terá que apanha um ou dois autocarros públicos ou um transporte privado. Para comprar bilhetes de comboio online com antecedência, utilize a 12GoAsia.

 

Onde dormir
Por uma questão de facilidade logística, recomendo ficar no centro, perto do cruzamento principal, onde estão os transportes, restaurantes, etc mas não mesmo em cima da estrada, para evitar o barulho e experienciar melhor a vida local. Fiquei uma vez no Travel Rest Inn, uma opção muito económica mas com óptimo serviço, e outra no Ella Rock House, também dentro do económico mas um bocadinho melhor e que seria a minha primeira recomendação.

Arugam Bay

arugam bay, sri lanka

Tal como muitas outras praias e regiões por esse mundo fora, antes de se tornar um destino turístico propriamente dito, Arugam Bay foi inicialmente “descoberta” por surfistas viajantes. Palco da melhor onda do Sri Lanka, hoje em dia A-Bay continua a ser um destino de surf, tanto para iniciados como para avançados (a configuração do point e da onda a isso permite facilmente), mas recebe um pouco de todo o tipo de turistas e viajantes que se identifica com este estilo de férias “pé na areia”. A vida nesta praia é simples: surf e praia durante o dia; festa à noite! Para os mais destemidos, recomendo alugarem uma scooter fazerem-se à estrada. Para norte, até Wisky Point e passando pelos bairros e ruelas Pottuvil. E, para sul, até onde aguantarem… :) pois a estrada termina no Yala National Park!

Onde dormir
No pico da época alta (Jul-Ago), os alojamentos mais próximos do centro podem sofrer um pouco pelo barulho dos bares e discotecas. Pessoalmente, gostei e recomendo ficar um pouco mais a meio da baía. O Stay Golden é uma excelente escolha! Já para quem quer ficar mesmo em frente à onda, não há melhor que o Upali Beach Surf Resort.

 

Como chegar
A cidade mais próxima de Arugam Bay chama-se Pottuvil. Para lá chegar desde Colombo ou de Ella, por exemplo, é preciso apanhar diferentes autocarros e a viagem pode demorar um dia inteiro. O mais prático, mas também mais caro, é apanhar um transporte privado.

Udawalawe e Yala National Park

Udawalawe, Sri Lanka

Há sempre alguma discussão sobre qual destes parques visitar. Regra geral, diz-se que o Yala tem mais variedade de animais, incluindo leopardos que, com sorte, se conseguem ver de muito perto. Mas que é tão grande que, muitas vezes, os animais andam tão dispersos que são difíceis de encontrar. Já sobre o Udawalawe é opinião quase unanime que é o melhor local para ver elefantes com fartura! Depois de algumas hesitações, decidi ir para o Udawalawe e… não me arrependi nem por um segundo! Além do excelente safari onde, de facto, vi dezenas de elefantes, tive também oportunidade de visitar a Elephant Transit Home, um orfanato (dos sérios e que não exploram os animais) destes simpáticos bebés.

Como chegar
Desde Ella, há autocarro público directo para Tissa (Tissamaharama), a cidade base para visitar o Yala National Park. Já para Udawalawe, é preciso sair em Thanamalwila (330 Rs, 1,5 hrs) e aí apanhar outro autocarro com destino a Colombo e que passa por Udawalawe (65 Rs, 30min). Os condutores de tuktuk vão tentar convencer-vos que o autocarro demora muito e vai estar cheio demais e pedir-vos 1.500 Rs para vos levar até Udawalawe. Não acreditem! ;)

 

Onde dormir
Penso que o ideal seja arranjar um sítio que também tenha jipes e organize o safari, pois isso vai simplificar muito logisticamente. Foi o que eu fiz e, depois de pesquisar e ver os reviews no Booking.com, decidi ficar no Silent Bungalow. O local e os quartos são simples e modestos, mas o serviço, a simpatia e a comida são topo de gama!

Mirissa

Mirissa, Sri Lanka

Começo já por dizer que fiquei vários dias em Mirissa e em duas ocasiões distintas da mesma viagem. Estranho? Não tanto assim… :) Na verdade, na primeira vez usei Mirissa como base para explorar a costa sul do Sri Lanka em termos de surf e, também, porque precisava parar uns dias para fazer algum trabalho online. Acabei por deixar as minha pranchas com o meu anfitrião e novo amigo Sumeda, dono da Sooriya Sewana Guest House. Mirissa é uma praia bastante turística? Sim! Na época alta torna-se um bocado impossível e com um ambiente demasiado “party party” para meu gosto? Dizem que sim! Mas gostei de lá estar esses dias todos? Ah, pois gostei! :) Posso ter tido sorte ou foi por ser a “shoulder season”, já no final da época alta mas ainda não na época baixa… mas o facto é que foram dias muito bem passados e perdi a conta ao número de jantares com o pé na areia, num dos vários restaurantes de praia!

Weligama

Weligama, Sri Lanka

Weligama é uma baía enorme situada poucos quilómetros a oeste de Mirissa e, provavelmente, a melhor praia para aprender a fazer surf no Sri Lanka. As ondas estão quase sempre pequenas, o mar não tem correntes, o fundo é todo de areia, há várias escolas de surf na praia, etc. Para ficar a dormir, há várias alternativas, sendo uma das mais populares o excelente Hangtime Hostel. Surfistas mais avançados, sigam um pouco mais para oeste! ;)

Midigama e Ahangama

Midigama, Sri Lanka

A área compreendia entre Midigama e Ahangama é onde se encontram as melhores ondas da costa sul do Sri Lanka. A melhor forma de as encontrar é “à antiga”, isto é, alugando uma mota e ir percorrendo as estradas junto à costa. As mais conhecidas são, porventura, Plantation Point, Lazy Left, Ram’s Right, Devil Rock, Kabalana… mas basta ser curioso e procurar com um pouco de paciência que as opção são várias! Para além do surf e da praia, há bons passeios que se podem dar.

Onde dormir
Surf e chinelo no pé não é, necessariamente, sinónimo de desconforto ou de ficar alojado em sítios baratos e manhosos. É certo que há muitos quartos económicos nesta zona e basta procurar no Booking ou no Airbnb para encontrar alguma coisa, mas o que eu recomendo é ficar ligeiramente para o interior e não mesmo na linha de praia, que é também onde passa a movimentada estrada. Quem estiver à procura de um lugar especial e mais privado, pode tentar a Sakara House ou o W15 Escape. Com os meus cumprimentos! :)

Galle

galle, sri lanka

Galle é uma das principais cidades do Sri Lanka e um dos locais onde a presença Portuguesa mais se faz sentir. De facto, a cidade foi fundada pelos nossos compatriotas no Século XVI e, mais tarde, entregue aos Holandeses e, depois, aos Ingleses (a história repete-se um pouco por toda a Ásia). Durante estes séculos, a cidade foi sendo erguida e, hoje em dia, é um dos melhores exemplos de cidades fortificadas construídas por Europeus no sul e sudeste Asiático, estando, inclusivamente, classificada como Património Mundial pela UNESCO. É, portanto, uma visita obrigatória, com imenso interesse histórico e cultural. Para além desta zona histórica (Galle Fort), e para quem tiver mais algum tempo disponível e gostar de explorar, existem também algumas igrejas interessantes para visitar.

Como ir
Galle visita-se bem numa day trip desde uma das zonas de praia do sudoeste, como Hikkadua, Unawatuna ou mesmo Mirissa. Há comboios e a viagem é muito simpática, mas o autocarro é uma opção mais rápida, quer pela variedade de horários (estão sempre a passar), quer pela velocidade “em pista” (se é católico, reze!). Em Galle, a estação e o terminal de autocarros estão praticamente colados, ambos a uma curta distância do Galle Fort.

 

Onde dormir
Apesar de se poder facilmente visitar num dia (bate-volta, como dizem os brasileiros), ficar a dormir uma noite em Galle pode ser uma optima experiência. O centro histórico está muito bem arranjado, com pequenos hotéis e guesthouses de charme, vários restaurantes, cafés, galerias e outros espaços bem arranjados que misturam o antigo com o moderno. Pesquise no Booking.com e vai ver!

Hikkaduwa

Hikkaduwa, Sri Lanka

Tenho a certeza que tive algum azar, mas a minha experiência em Hikkaduwa não foi muito boa. Na realidade, com tantos outros locais e boas praias no Sri Lanka, este não é um destino que valha muito a pena colocar no roteiro. Mas, e são os “mas” que muitas vezes me tramam… depois de Arugam Bay e a linha de costa entre Midigama e Ahangama este é, dizem os livros, um spot com boas ondas e uma praia bonita, onde é possível fazer bom snorkeling e até ver as tartarugas a desovar. Pois eu, apanhei 3 dias de chuva intensa, com raras abertas de sol, poucas ondas e mar muito balançado! Estou certo que, apesar de não me parecer ser um destino espectacular (estrada com muito trânsito, demasiado turístico, gente a mais) Hikkaduwa terá mais para dar. Fica para uma próxima!

O que ficou por visitar no Sri Lanka

Apesar de ter estado mais de um mês no Sri Lanka, acabei não ir a todos os sítios que tinha referenciados. Uns porque o tempo e o dinheiro não dão para tudo (sim, eu gosto de viajar muito devagar). Outros, porque acabei por optar deixá-los cair do plano.

Em todo o caso, o antigo Reino de Ceilão é um país fantástico e que vale a pena explorar com calma e com tempo, incluindo lugares que nem costumam estar presentes nos guias e rotas do turismo. E eu sei que vou lá voltar!

Anuradhapura

Anuradhapura, Sri Lanka

A cidade sagrada de Anuradhapura é a terceira do triângulo cultural e, claro está, também listada como Património Mundial da UNESCO. Não posso falar muito ou aconselhar sobre este local porque, na verdade, acabei por não o visitar. Porquê? Porque o tempo e o dinheiro não dão para tudo… :) e, entre Polonnaruwa e Anuradhapura, optei pela primeira. Por um lado, porque é bem mais perto para chegar desde Dambulla; por outro, porque, pelos relatos que li, fiquei com ideia que era mais agradável e fácil de visitar, uma vez que as atracções estão mais concentradas. Em todo o caso, fica a nota, pois é seguramente um sitio interessante e que pode fazer parte de um roteiro de viagem pelo Sri Lanka!

Nuwara Eliya

Nuwara Eliya, Sri Lanka

Nuwara Elyia é, por excelência, a maior e mais importante região de produção de chá no Sri Lanka. Antigamente chamada de “Little England”, a sua maior cidade era o refúgio dos colonos britânico e, a sua temperatura ambiente, ideal para descansar das longas jornadas de trabalho nas plantações. De facto, Nuwara Elyia está situada de mais de 1.800 meros de altitude, o que faz com que seja a zona mais fresca (à noite fica mesmo frio) do Sri Lanka. Como em várias outras cidades, aqui vai encontrar alguns edifícios de arquitectura colonial num entorno onde o verde e as plantas predominam. Se este é um tipo de cenário físico e cultural que gosta e procura, então deixe-se ficar uns dias! :)

Como chegar
Nuwara Elyia está na rota da famosa viagem de comboio entre Kandy e Ella e essa é, sem dúvida, a minha recomendação para chegar à cidade. A estação onde tem que sair é a de Nanu Oya (ou Nanuoya). Também há muitos viajantes que, ficando alojados em Ella, fazem uma day trip a Nuwara Elyia, retornando no mesmo dia ou no dia seguinte. Pode comprar os bilhetes online através da 12GoAsia.

Adam’s Peak (Sri Pada)

Adam's Peak, Sri Lanka

O Adam´s Peak (Cume de Adão), ou Sri Prada (Pegada Sagrada) é um lugar envolto em mistério e fantasia e, há mais de 1.000 anos, um destino de peregrinação e devoção situado no cume de uma montanha com mais de 2.200 metros de altitude. Os católicos defendem que a pegada gigante que se pode ver na rocha é de Adão; os budistas que é de Buddha; e os hindus que é de Shiva! A caminhada envolve uma subida de cerca de 5.000-6.000 degraus, que pode facilmente demorar umas duas ou três horas e que, habitualmente, se inicia por volta das 2h30-3h00 horas da manhã, de forma de chegar ao cume com o nascer do sol.

Como ir
Há diferentes trilhos para subir mas, o mais conhecido e utilizado por turistas, é provavelmente o que se acede a partir da cidade de Hotton, onde existe uma estação de comboios da rota Kandy > Ella. Não sendo uma subida tecnicamente complexa (faz-se por um caminho de degraus), qualquer pessoa com condição física o pode fazer e não é necessário levar equipamento especial. Levar roupa por camadas, incluindo um impermeável, e uma pequena mochila prática com água, snacks ou alguma comida leve. Em todo caso, durante a subida também existem bancas de comida e bebida, mas… tudo lankan style!

Trincomalee (Trinco)

Trincomalee, Sri Lanka

Disse-me um local que Trincomalee, ou simplesmente Trinco, tem o porto de navios mais profundo do mundo. Não sei se é o mais profundo, mas estive a ler um pouco sobre a cidade e confirma-se que, devido às suas águas profundas, foi por aqui que muitos ataques dos colonos (Portugueses, Holandeses e Ingleses) foram feitos. Para além da cidade em si, Trinco tem à sua volta algumas boas praias, sendo Uppuveli e Nilaveli as mais conhecidas.

Jaffna

Jaffna, Sri Lanka

Jaffna é tipo a “última fronteira” do Sri Lanka. Durante mais de duas décadas (1983-2009), a guerra civil entre o exército cingalês e os guerrilheiros Tigres Tamil (migrantes oriundos do sul da Índia) deixou esta região praticamente isolada do resto do país. Terminada a guerra, a linha de comboio entre Colombo e Jaffna foi reestabelecida e os viajantes mais aventureiros começam a explorar este norte diferente. É outro país, dizem!

Guia prático para viajar no Sri Lanka

Como chegar
Há várias companhias aéreas que viajam para o Sri Lanka. Os trajectos mais directos deverão ser com a Emirates ou a SriLankan. Para viajantes brasileiros a LATAM também pode ser uma opção. O melhor é começar a pesquisa por um agregador como o Momondo ou o Skyscanner. Para entrar no Sri Lanka é preciso um visto electrónico ETA (Electronic Travel Authorization), que pode ser pedido online no site ETA Sri Lanka.

Alojamento
No Sri Lanka há alojamentos para todos os gostos e preços, desde quartos e guesthouses baratas até aos mais luxuosos hotéis! Pesquise alojamentos no Booking ou no Airbnb. De certeza que vai encontrar alguma coisa adequada para si!

Comboios
Andar de comboio no Sri Lanka é uma experiência que deve fazer parte da viagem mas, em alguns casos, conseguir comprar os bilhetes pode ser uma aventura. Simplificando, há dois grandes tipos: Unreserved (sem lugar marcado – 2ª e 3º classes) e Reserved (com lugar marcado – 1ª, 2ª e 3ª classes). Os bilhetes “unreserved” só podem ser comprados na estação de partida, no próprio dia e muitas vezes só quando falta uma hora para a viagem. A vantagem é que nunca esgotam, mas pode ter que se viajar de pé! Os bilhetes “reserved” podem ser comprados com 30 dias de antecedência, em qualquer estação mas também apenas presencialmente, e costumam esgotar rapidamente. O ideal é comprar todos os bilhetes que se precisa mal se chegue ao país ou, melhor ainda, tratar disso online com antecedência. No website dos caminhos de ferro do Sri Lanka não é possível comprar bilhetes online, pelo que única forma de contornar isto é recorrer aos serviços de uma agência de viagens local que, na prática, o que vai fazer é receber os nossos dados e dinheiro online, ir à estação comprar os bilhetes e entregá-los em mão quando lá chegarmos. A 12GoAsia faz isso e é de confiança!

Autocarros
Andar de autocarro no Sri Lanka é simples e eficiente. Atenção, que eu não disse que era seguro… :) De facto, a maioria dos autocarros são velhos e devem ficar a dever muito à manutenção preventiva, e os condutores são, na sua maioria, “malucos” e carregam bem no acelerador! Fora isso, é tranquilo. Podem encher um bocado, mas faz parte. Os autocarros partem de terminais que são, normalmente, fáceis de encontrar nos centros das cidade e vão parando pelo caminho. Os bilhetes compram-se na hora.

Táxis
A maioria dos táxis que vai apanhar no Sri Lanka serão, provavelmente, tuk-tuks. Em Colombo, a maioria tem e usa taxímetro. Deve apenas apanhar estes e, antes de iniciar a viagem, confirmar com o condutor que o vai ligar. Nas cidades mais pequena e zonas mais rurais, o preço em que ser acordado caso a caso antes da viagem.

Alimentação
A comida no Sri Lanka é, maioritariamente, picante. Os pratos locais mais económicos são o “Rice and Curry” – arroz com um molho à base de caril, com carne, peixe ou legumes, o “Roti” – uma espécie de panqueca recheada do que se quiser, e o “Kottu” – parecido com o Roti mas cortado num movimento típico e tudo misturado. Nas zonas turísticas, é fácil encontrar outro tipo de comida mais internacional, como pizzas, hambúrgueres, etc. Em relação a bebidas, há um pouco de tudo, com predominância dos lassies, batidos de fruta e cerveja Lion. Em alguns restaurantes mais simples e locais, é normal não terem mais nada além de água.

Seguro de viagem
Não se esqueça de fazer um bom seguro de viagem! Se lhe acontecer alguma coisa, como me aconteceu a mim, garanto-lhe que vai querer ser atendido(a) num hospital privado. Eu recomendo e faço sempre o da World Nomads.

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19 comentários em “Dicas de viagem e roteiro para viajar no Sri Lanka”

  1. Fantástico relato ajuda muito a decidir algumas opções a tomar
    Apenas fiquei sem perceber qual a melhor praia para ficar durante 4/5 dias sem grandes balbúrdias mas com muito peixinho para o snorkeling???
    Muito obrigada
    Está decidido lá vou eu em Outubro!

    Responder
  2. Muito obrigado pelo tempo que desponibilizou a relatar ( tão linda viagem ) fiquei apaixonada mais um destino que irei tentar visitar 🍀🍀🍀

    Responder

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