O budismo na Tailândia

Há um ano atrás, fui à Índia com a minha melhor amiga. Uma das coisas que mais me impressionou (pela positiva) foi os templos religiosos. Tanto em quantidade como em qualidade. Não só havia mesquitas, templos hindus e budistas como igrejas católicas, templos Sikh, Ba’hai, Jain, igrejas protestantes e adventistas, de testemunhas de Jeová… e isto só para mencionar as religiões mais populares e não mencionando algum culto de espíritos que testemunhei.

Quando decidi ir viver para a Tailândia sabia que ia para um país Budista com uma minoria muçulmana no sul. O que eu não sabia era que iria encontrar, em cada canto, mais templos, altares e outros elementos sagrados budistas (como árvores) do que em todas as religiões da Índia juntas. Se compararmos o tamanho dos dois países e a sua população, observamos que o culto na Tailândia é verdadeiramente impressionante. E, no entanto, não é a primeira coisa que repararmos ao chegarmos, ou mesmo depois de alguns dias.

O visitante fresco, por assim dizer, repara na quantidade absurda de carros, de tuk-tuks, nos vendedores ambulantes, nos trezentos cheiros de comida deliciosa que nos invade a cada canto; repara nos DVDs ilegais a serem vendidos em lojas em centros comerciais e nos preços ‘tourist-friendly’. O recém-chegado repara normalmente em diferenças abismais, em coisa que parecem engraçadas ou completamente absurdas. Eu tenho por regra inconsciente reparar na comida, mas cada um tem a sua mania.

Em Bangkok, a atracção principal é sem dúvida nenhuma o palácio real e o templo que este alberga (pelo menos com três horas para ver a coisa bem vista, levem água). O ‘Grand Palace’ é igualmente a moradia da estátua budista mais, ou uma das mais, importantes da Tailândia – o ‘Buda de Esmeralda’. A estátua, na verdade é de jade, mas isso não é relevante. Importante a saber é que quando, após uma guerra maluca (não são todas?), a estátua voltou do Laos com pompa e circunstância e teve direito a um templo impressionante imediatamente ao lado do palácio real. O templo (Wat Phra Kaew) é espantoso mesmo para quem já viu imensos templos e tão dourado que num dia de sol temos de dar umas voltas extra para evitar o reflexo do sol. O templo é igualmente tão popular que tive de esperar mais de dez minutos para conseguir ter uma foto de uma estátua sem outros turistas. E é tão importante que é o único em todo o país sem monges (normalmente há uma escola, dormitório…) e, claro, é o templo de meditação pessoal da família real. No nosso país republicano e um pouco ‘anti-autoridade’ é difícil entender completamente a adoração que os tailandeses nutrem pela família real. Sim, há leis que não permitem piadas sobre a família (com penas pesadas, atenção!) e é uma ofensa tremenda pisar uma nota porque contém uma imagem do rei, mas a paixão é tanta que não vi uma única casa sem uma imagem do rei ou uma do casal real. Aliás, normalmente há duas ou três; há imagens do rei a passear sozinho, de barco, com a esposa, etc, etc. E não é como nas ditaduras, onde toda a gente é obrigada a prestar honras ao chefe de estado, as pessoas compram calendários com fotos do rei, molduras, falam da família real com veneração, tanta veneração que cheguei a pensar que seria como no Japão onde o imperador era (é?) considerado uma divindade.

Muito perto do palácio real existem, pelo menos, outros três templos. O segundo mais conhecido do país é o Wat Pho, o templo do Buda reclinado/deitado. O templo em si é minúsculo, contudo é inesquecível. A estátua de Buda tem quase cinquenta metros de comprimento e quinze de altura e, na verdade, o templo tem pouco mais do que isso. A estátua é lindíssima, sim, mas o efeito de ter literalmente um templo construído à sua volta dando o efeito quase claustrofóbico que oferece aos visitantes é imperdível.

No complexo do templo existe uma escola de massagens (sim, podem receber uma bela massagem por 4 ou 5 Euros) e muitas estátuas estranhas, umas até assustam. Segundo me explicaram há uma série de aquecimentos de músculos, como que posições de Yoga, que os monges usam antes das massagens e antes das meditações e as estátuas representam esses movimentos. Entre as estátuas há uma família de gatos muito simpática.

Do outro lado do palácio real existe o templo Wat Mahadat, ou Wat Mahadhatu onde existem aulas de meditação em inglês assim como retiros. Eu fui a algumas aulas, achei que se havia sítio para descobrir mais sobre esta religião seria num templo num dos meus países preferidos. Os monges são muito prestáveis e dispostos a explicar tudo várias vezes. Os monges não podem tocar em mulheres, por isso prestei sempre atenção por onde andava o que resultou em situações caricatas de andar a dançar à volta de um monge ou outro. Uma das vezes pisei a mão de uma senhora. Ao menos não era um monge, certo?

Quando voltar à Tailândia vou ao retiro. É, também, a melhor forma que encontrei para falar com tailandeses. Mal sabiam que ia meditar, e não ia às compras ou à praia como todos os outros turistas, tinham imenso para dizer quando dois minutos antes mal diziam ‘sim’ ou ‘não’. É pena só ter descoberto agora, mas mais vale tarde do que nunca.

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