A Índia tem uma vivência muito diferente da que estamos normalmente habituados. Tem muita gente, há muita pobreza visível, é sujo, o trânsito nas cidades é caótico e as vacas passeiam-se vagarosamente pelas ruas.
Costuma dizer-se que se adora ou se detesta. Não vou tão longe mas acho aconselhável tomar algumas medidas para amortecer o choque inicial como, por exemplo, marcar um hotel razoável para as primeiras noites, reservar viagens de comboio com bastante antecedência, planear com algum detalhe o itinerário e atracções que se quer visitar.
O “baksheesh” (dar gorjeta, gratificar) está espalhado e é vulgarmente usado por todo o país. Por vezes significa a diferença entre ser bem ou mal tratado. Por isso, convém andar sempre com notas pequenas para ir distribuindo quando precisamos que alguém nos faça alguma coisa. Por outro lado, a falta de trocos é crónica nos motoristas de táxi, auto-rickshaws, algumas lojas, etc… o que é mais uma razão para ter sempre dinheiro pequeno à mão para lhes entregar apenas a conta certa.
Negoceie sempre o preço antes de aceitar algum serviço, mesmo que lhe pareça que é se trata apenas de um “favor por amizade”. Senão, é certinho que no final lhe vão pedir uma quantia exorbitante. De qualquer forma, nunca sinta obrigação de pagar um valor que não seja razoável e faça uma cena se for necessário. Os indianos têm uma relação muito estranha com o dinheiro e podem ser muito chatos e enganadores quando tentam vender alguma coisa mas, regra geral, são boas pessoas.
Como regra, ignore pessoas que se aproximam se si sem terem sido solicitados. Por muito genuínos e disponíveis que pareçam, têm sempre alguma na manga com o único propósito de lhe tentar sacar algum dinheiro!
Depois de uma pessoa se habituar a isto tudo e à multiplicidade de situações com que se vai deparar todos os dias, a Índia é, seguramente, um dos melhores países para viajar.