O que é a Malária e como prevenir
Malária e Paludismo são dois nomes diferentes para a mesma doença. A Malária é uma doença tropical grave que mata mais de 1 milhão de pessoas por ano para a qual não há vacina nem prevenção 100% eficaz. É transmitida ao ser humano pela picada das fêmeas do mosquito Anopheles e existe em diversos países dos continentes Americano, Africano e Asiático.
O período de encubação entre a picada do mosquito infectado até ao começo dos sintomas depende da espécie de parasita e pode variar entre 7 dias e 4 semanas. Alguns dos sintomas mais comuns da Malária são:
> febre acompanhada de calafrio, seguidos de calor intenso e suores abundantes
> reaparecimento da febre com intervalos de 2 ou 3 dias
> dores de cabeça, dores musculares, falta de força e falta de apetite
> alterações gastrointestinais, enjoos, vómitos e diarreias
> icterícia (pele amarelada) moderada
Os sintomas da Malária podem ser muito semelhantes aos da gripe, pelo que, na sua presença, devemos suspeitar da doença se estivermos numa zona endémica ou se daí tivermos regressado há menos de um mês.
A prevenção da Malária é feita à base de medicação profiláctica, que varia de composição (ex: cloroquina, mefloquina, doxiciclina) conforme a região do globo, e de medidas comportamentais que se devem adoptar para evitar picadas de insectos, como por exemplo:
1. Aplicar regularmente repelente de insectos nas partes do corpo expostas (cara, mãos, pescoço, orelhas, pés, tornozelos, etc), particularmente a partir do entardecer. Os repelentes com a substância DEET costumam ser os mais eficazes.
2. Depois do entardecer, uso de roupas claras com mangas e pernas compridas. Pode-se também aplicar um repelente em spray directamente na roupa.
3. Evitar, sempre que possível, actividades junto a cursos de água, lagos, ribeiras, zonas pantanosas e húmidas, pois estas são as favoritas dos mosquitos.
4. Evitar usar perfume e after-shave, particularmente à noite, pois os mosquitos são atraídos pelo cheiro.
5. De noite, permanecer em locais com ar condicionado e/ou redes protectoras nas porta e janelas. Pode-se também aplicar o repelente do lado exterior das portas e janelas e utilizar um difusor eléctrico.
6. Dormir debaixo de uma rede mosquiteira, garantindo que nenhuma parte do corpo fica encostada à rede (redes rectangulares são mais seguras que triangulares). Antes de deitar, garantir que não há mosquitos debaixo da rede e que esta não está rasgada. Pode-se também aplicar algum repelente directamente na rede.
7. Beber um wisky-tónico todas as noites, pois diz-se que o whisky e o quinino (presente em algumas águas tónicas) eram utilizados para tratamento da Malária quando ainda não havia medicamentos. Pelo sim, pelo não, parece ser uma boa receita que, mesmo que não faça nada pela prevenção da doença, ajuda sempre a dormir bem!
Toda a medicação tem efeitos secundários e não existem tratamentos perfeitos. Os comprimidos para a Malária são um bocado “tóxicos” para o nosso organismo e podem, em alguns casos e particularmente em utilizações prolongadas, causar mau estar ou mesmo afectar o funcionamento de alguns órgãos com o fígado e os rins, pelo que se deve avaliar bem a necessidade de toma tendo em conta factores como:
> as zonas específicas que se vai visitar dentro de um país
> o tempo de permanência dentro das áreas endémicas
> o grau de exposição a mosquitos a que vamos estar sujeitos
> a adopção ou não de medidas comportamentais anti-mosquitos
> o estado de saúde geral e a idade do viajante.
Em todo o caso, a doença é mais perigosa e mortal do que qualquer medida ou medicação preventiva e penso que será uma asneira correr riscos desnecessários.
Para jogar pelo seguro, o médico da Consulta do Viajante será a pessoa mais indicada para ajudar nessas decisões. Para viajantes mais independentes, recomendamos a consulta dos sites do Yellow Book e MD Travel Health.
Fazer um bom seguro de viagem também é uma recomendação que fazemos sempre. Se tivermos o azar de sermos “apanhados” por uma doença destas, não vamos querer poupar a meios para ter o melhor tratramento possível!