O Dengue é considerado um dos principais problemas de saúde pública de todo o mundo. Está presente na Ásia, África, Caraíbas e América do Sul, especialmente durante as estações das chuvas. No Brasil, é habitual ocorrerem surtos de Dengue com alguma regularidade.
A transmissão ocorre pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti, que adquiriu o vírus ao picar um indivíduo doente. O mosquito infectado, transmite então a doença através da sua picada a outros indivíduos, mantendo assim a cadeia de transmissão da doença. O mosquito pica durante o dia, principalmente de manhã cedo e ao final da tarde, e o período de incubação varia entre 3 a 15 dias.
Na maioria dos casos (Dengue Clássico), a doença resolve-se espontaneamente sem deixar sequelas, sendo por isso considerada como uma “gripe tropical”. Mais raramente, pode dar complicações na fase aguda, com hemorragias internas e queda da tensão arterial (Dengue Hemorrágico) mas, mesmo assim, com tratamento de suporte adequado, a mortalidade com esta forma de Dengue pode ser inferior a 1%.
Os sintomas do Dengue Clássico podem assemelhar-se aos de uma gripe intensa e incluem febre alta de início súbito, dores de cabeça, dores retro-oculares, dores musculares e articulares, náuseas, vómitos, manchas na pele e erupção cutânea.
Já no Dengue Hemorrágico, os principais sintomas são dores abdominais severas e contínuas, dor no fígado (debaixo das costelas, do lado direito), tonturas, desmaio, pele fria e pegajosa, suores frios, hemorragias, sangramentos do nariz, boca ou gengivas, pulso fraco e rápido e sede excessiva.
Não existe nenhuma vacina, medicação profiláctica ou tratamento específico para o Dengue. Para evitar a doença deve-se manter distância dos locais habituais de reprodução do mosquito, ou seja, qualquer recipiente usado para juntar ou armazenar água. Alguns locais frequentes são pratos e vasos de plantas, panelas cisternas, garrafas, latas, pneus abandonados e calhas de telhado. A fêmea do mosquito coloca os seus ovos nesses recipientes com água e em redor de casas, escolas e outras áreas urbanas.
Deve-se, também, tomar sempre as medidas habituais para evitar picadas de mosquitos, nomeadamente:
1. Aplicar regularmente repelente de insectos nas partes do corpo expostas (cara, mãos, pescoço, orelhas, pés, tornozelos, etc), particularmente a partir do entardecer. Os repelentes com a substância DEET são os mais eficazes.
2. Usar roupas claras com mangas e pernas compridas. Pode-se também aplicar um repelente em spray directamente na roupa.
3. Permanecer em locais com ar condicionado e/ou redes protectoras nas porta e janelas. Pode-se também aplicar o repelente do lado exterior das portas e janelas e utilizar um difusor eléctrico.
4. Dormir debaixo de uma redes mosquiteiras, garantindo que nenhuma parte do corpo fica encostada à rede (redes rectangulares são mais seguras que triangulares).
Fazer um bom seguro de viagem também é uma recomendação que fazemos sempre. Se tivermos o azar de sermos “apanhados” por uma doença destas, não vamos querer poupar a meios para ter o melhor tratramento possível!