Ano zero
No início deste ano zero, desejo a todos tudo o que desejam, tendo plena consciência que, para mim, 2007 vai ser muito difícil de bater.
No início deste ano zero, desejo a todos tudo o que desejam, tendo plena consciência que, para mim, 2007 vai ser muito difícil de bater.
Se no tempo dos Descobrimentos existisse internet, não havia tantos navios naufragados ao largo do Cabo da Boa Esperança.
Quem, como eu, chegasse ontem a Jeffreys Bay e visse o mar, simplesmente seguiria caminho após um breve e ultrajante comentário.
O tempo e a vivência de novas experiências acabam por relativizar acontecimentos de viagem. É o que vai acontecer à minha primeira semana na África do Sul.
Há muitos sítios onde quero ir e outros tantos que quero repetir. Mas há um que não ainda posso pôr a verde, que marca uma pequena vila na África do Sul.
Aqui em Koh Lanta e, na verdade, um pouco por toda a Tailândia, os sorrisos são mesmo de graça. E isso faz toda a diferença!
Quando me falha um objectivo mais concreto e me vejo prisioneiro de agentes e operadores de turismo, começo a sentir o quão vazio e irritante pode ser viajar.
No lugar ao lado do meu, já está sentado um homem pouco mais velho que eu, bem vestido, de calças de fato e camisa clara lavada e passada, e uma pasta de documentos estilo profissional.
A meio da noite, no banco de trás de uma mota pelas ruas de Saigão e em direcção a um destino incerto. Será que esta versão vem nos guias?
No dia seguinte, antes de entrar para a carrinha que faz a penosa viagem de regresso até Bali, um dos empregados do surf-camp põe-me a mão no ombro.
Conforme programado, estou tocar à campainha da Embaixada às 9:30 da manhã. Pelas minhas piores estimativas, teria muito tempo antes do voo de regresso.
Enquanto dormito sobre a esteira de palha estendida na cama de bambu, sinto as meigas mãos da Cynthia a tocarem-me nas costas.