Ano zero
Leça da Palmeira, Portugal
22 Dezembro 2007
“The whole object of travel is not to set foot on foreign land; it is at last to set foot in one’s own country as a foreign land” – lia-se numa mesa da guesthouse em que fiquei em Krabi, Tailândia.
Durante as últimas semanas de viagem, algumas pessoas foram-me perguntando se estava preparado para o regresso e outras, que já passaram temporadas fora do país, alertaram-me para o desassossego e desapontamento dos primeiros tempos.
Habituado a 240 dias de novidades e aventuras constantes, a coisa que mais me aflige é estar “tudo na mesma”, como se tivesse estado fora apenas uma semaninha de férias. As mesmas ruas, as mesmas casas, os mesmos empregos, as mesmas queixas, as mesmas preocupações, os mesmo sonhos… ou a falta deles. E a perspectiva da facilidade com que a vida se torna nessa linha contínua, lisa e monótona.
“Que país é que gostaste mais?” e “E agora, já pensaste o que vais fazer?” são as perguntas que mais me fazem e às quais não consigo responder objectivamente.
É claro que sei que o ambiente e o clima da América Central me assentaram que nem uma luva, que a Indonésia continua a ser o derradeiro destino em termos de surf e que as cores e cheiros de África são ainda sentidos a explorar. E é claro que já actualizei o meu Curriculum para poder responder a anúncios de emprego e que tenho algumas ideias a vaguear na cabeça, que precisam de ser postas no papel (leia-se folha de Excel).
Mas, para já, estou em período de ressaca e, se bem me lembro, isso só passa à custa de Guronsan ou muito descanso. Dizem é que pode demorar meses… :)
Desejo a todos um Bom Ano de 2008, com votos de continuar a “ver-vos” por aqui a divertirem-se com textos de flashback que pretendo colocar de cada país, com muitas dicas e sugestões práticas e, quem sabe, com algumas viagens relâmpago que possa fazer entretanto.
Para mim, também desejo um bom ano. Mas tenho plena consciência que 2007 vai ser difícil de bater.